18ª edição do Portugal de Lés-a-Lés 2016 ligou Albufeira a Vila Pouca de Aguiar
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18ª edição do Portugal de Lés-a-Lés 2016 ligou Albufeira a Vila Pouca de Aguiar
Foi uma recordista caravana de 1684 participantes em mais de 1500 motos, que completou as duas etapas deste evento organizado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal.
A maior maratona mototurística da Europa assentou em números astronómicos: ao todo, somaram-se mais de milhão e meio de quilómetros na travessia de Portugal Continental e no Passeio de Abertura que mostrou o concelho de Albufeira aos participantes.
Desde os icónicos locais de diversão nocturna das décadas de 1980 ou 90 até à actualidade, como o Kiss ou o Kadoc, passando pelas mais famosas praias, de Olhos de Água à Falésia, da Galé a St.ª Eulália. Pelo meio ainda houve tempo para molhar os pés no primeiro dos 20 postos do controlo do evento, com uma excelente encenação dos sempre bem-dispostos elementos do Moto Clube de Albufeira.
Cerca de duas centenas de mototuristas espanhóis, vários franceses, holandeses, polacos, sul-africanos, brasileiros, angolanos, italianos, eslovenos e suíços contribuíram para a internacionalização deste evento, e todos tiveram oportunidade de ficar a conhecer um pouco do nosso país, pois tiveram oportunidade de provar a cerveja artesanal algarvia Marafada e os doces regionais da Santa Casa da Misericórdia da Albufeira.
O momento histórico do prólogo centrou-se na visita ao Castelo de Paderne, um “hisn” ou pequena fortificação rural, fundada pelos almóadas na segunda metade do século XII e o último bastião árabe conquistado em território nacional e que, por isso, mereceu honra de ser um dos sete castelos representados na bandeira nacional.
O pequeno farol da Ponta de Baleeira foi outro dos pontos mostrado com orgulho pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, motociclista convicto, Carlos Eduardo da Silva e Sousa, um motociclista convicto, à longa lista de participantes que incluiu nomes bem conhecidos de diversas áreas como Cândido Barbosa, o ciclista português com maior número de vitórias, Armindo Araújo, o bicampeão mundial de ralis da categoria Produção, ou o actor Alexandre Martins, a que se juntaram o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques, e o vice-presidente da CM Paredes, Pedro Mendes.
No dia seguinte, a primeira etapa do 18.º Portugal de Lés-a-Lés foi pródiga em bons momentos de condução. Muito por culpa da N2, a fabulosa estrada que é a maior do País e que liga Chaves a Faro ao longo de 738,5 quilómetros de bom piso e muitas curvas.
A jornada madrugadora desta que foi a mais longa etapa da história desta maratona, e que ligou Albufeira ao Bussaco Palace Hotel ao longo de 553 quilómetros, começou às 5 horas e 30 minutos, ainda noite escura, e felizmente o anunciado calor que prometia tornar a etapa num verdadeiro inferno, acabou por não se concretizar, tendo dado lugar a um tempo fresco e agradável para a prática do motociclismo.
A caravana começava assim a travessia do barrocal algarvio, seguia a N2, passeou nas margens da Barragem do Roxo e encontrou tesouros patrimoniais como a Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Ferreira do Alentejo, ou a imponente Igreja Matriz das Alcáçovas, monumento de tamanha grandeza que quase abafa a centenária povoação…
A Anta de Pavia, o Castelo de Arraiolos, de singular arquitectura de planta elíptica, a travessia da Ribeira de Sor, a passagem a vau da Ribeira da Margem onde foi possível molhar… as rodas das motos e os pés dos condutores, antecederam uma paragem em Gavião que ajudou a restabelecer o ritmo cardíaco de uns e deu tempo para contar as histórias de outros.
A continuação da viagem começou com a travessia do Tejo através da Ponte de Alvega, vislumbrando as torres da Central Termo Elétrica e, sem parar no Picoto da Milriça, ponto obrigatório das primeiras edições do Lés-a-Lés, a caravana passou, ao longo de mais de 4 horas, mesmo ao lado do Centro Geodésico de Portugal, rumo à Sertã.
Mas o melhor estava para chegar, com a radical visita à ponte Filipina sobre o rio Zêzere, estreia absoluta no Lés-a-Lés e que foi a única ligação existente entre Pedrogão Pequeno e Pedrogão Grande, que é como quem diz, entre os distritos de Castelo Branco e Leiria.
Entre ancestrais muros de pedra e enormes sobreiros, através de uma íngreme descida empedrada, foram os mais corajosos (por acaso a grande maioria dos participantes!) até à ponte construída em 1610 e que só deixou de ser utilizada em 1970, com a construção da barragem do Cabril. E como depois de uma descida há, quase sempre, uma subida, tempo para transpirar rampa acima até à Ermida da Nossa Senhora dos Milagres.
Seguia-se Góis! O espaço junto ao rio Ceira, onde está a nova e belíssima sede do Góis Moto Clube, acolheu a última paragem antes da entrada na Mata Nacional do Bussaco, onde apenas houve tempo para vislumbrar pequena porção dos 105 hectares murados.
Aí houve o último controlo do dia, feito por “soldados napoleónicos” mesmo em frente ao Palace Hotel e pouco depois da passagem à porta do Museu Militar. Esta visita foi possível graças ao apoio da Fundação Mata do Bussaco, com os sensibilizados motociclistas a retribuírem com um importante apoio que ajudará a manutenção de tão importante património botânico.
Depois foi tempo de apreciar o palácio construído a partir de 1885 e que desde 1917 é considerado como um dos mais românticos e belos hotéis do Mundo, antes de descer até ao Luso, e passar no palanque instalado mesmo junto à fonte da famosa água, local onde a associação de hoteleiros e amigos do Luso, Aqua Cristalina preparou uma agradável festa para a recepção de todos os participantes.
Havia promessas de uma tirada mais tranquila, com mais e maiores pausas ao longo do segundo dia de percurso com pouco menos de 300 quilómetros, entre o Luso e a nascente da água das Pedras Salgadas, em Vila Pouca de Aguiar.
O forte nevoeiro matinal impediu desfrutar na plenitude da luxuriante serra do Bussaco, conferindo uma aura de ambiente quase místico, que se acentuaria na lagoa da Barragem da Aguieira. A curvilínea estrada N234 haveria de levar a caravana, ainda meio ensonada, até Mortágua e daí até Santa Comba Dão. Terra «colocada no mapa» pelo seu cidadão mais conhecido, António de Oliveira Salazar, figura incontornável da História de Portugal, com direito a conhecer o local onde nasceu e o sítio onde jaz o estadista.
Foi preciso chegar às Minas da Urgeiriça, que ainda tem mais de 300 toneladas de urânio armazenadas e um túnel de quatro quilómetros até Nelas, para começar a vislumbrar o sol que haveria de acompanhar a bem disposta turba até ao norte de Portugal. Céu limpo para melhor apreciar a espantosa vila de Santar, uma das que no nosso País possui maior número de solares e casas brasonadas, incluindo o Paço dos Cunhas, galardoado em 2009 como melhor local de enoturismo em solo nacional.
Penalva do Castelo e Satão foram os pontos seguintes no mapa da edição 2016 do Portugal de Lés-a-Lés, com nova e rápida estrada até à surpreendente praia fluvial em Vila Cova à Coelheira.
Seguiu-se a aldeia de Pendilhe onde os canastros, variante de construção em madeira dos também conhecidos por espigueiros para guardar o milho, e o museu propositadamente aberto ao sábado para visitantes motociclistas, anteciparam agradável petisquice de bola de carne e outras jóias da culinária regional.
Seguindo o rumo da N2, Lazarim, mesmo sem os caretos que por ali animam o Entrudo, Lalim e as suas casas brasonadas, Dalvares e a Casa do Paço onde funciona o Museu do Espumante; foram aperitivos para nova visita à Ponte e Torre de Ucanha.
O mosteiro de Salzedas, localidade que se destaca também pela surpreendente e muitas vezes esquecida judiaria medieval e onde foi possível entrar depois de pedir a chave à senhora do café em frente, preparava os viajantes para a travessia do rio Douro na barragem da Régua, também conhecida como de Bagaúste.
Subindo as encostas durienses em direcção à Meca dos Xassos, onde a 23 e 24 de Julho se realizam as “3 Horas de Resistência de 50 cc”, prova que atrai dezenas de pilotos e milhares de espectadores, que transformam por completo a pequena localidade do concelho de Santa Marta de Penaguião.
E já que de corridas se fala, nota para a passagem no circuito de Vila Real, apreciando os últimos retoques da pintura dos corretores de trajectória e à colocação de rails e redes de segurança, preparativos da próxima jornada do Mundial de Carros de Turismo (WTCC) que chega à capital transmontana a 24 de Junho para intenso fim-de-semana de competição.
Do novíssimo túnel do Marão, que completou a A4, apenas houve um rápido vislumbre, pois o Lés-a-Lés é passeio para outras estradas, e para recordar como se viajava em Portugal no tempo dos nossos avós.
Até Vila Pouca de Aguiar, passando pelo vale de Jales, que já viveu dias de maior animação, quando o complexo mineiro ali laborava a todo o vapor na extracção aurífera, e por deliciosa vegetação, dos muitos carvalhos aos pinheiros do Oregon, vila que já se prepara para a partida da edição de 2017 do Portugal de Lés-a-Lés, faltando apenas confirmar a data exacta que, como acontece desde 1999, será algures no mês de Junho.
E daí até ao derradeiro palanque, instalado mesmo ao lado da nascente das águas das Pedras Salgadas, foi um saltinho, com direito a passeio para desentorpecer as pernas no Parque Termal, onde o Rei D. Carlos tanto gostava de passar largas temporadas.
fonte;andar de moto
Convidado- Convidado
Re: 18ª edição do Portugal de Lés-a-Lés 2016 ligou Albufeira a Vila Pouca de Aguiar
Acho que cruzei com alguns companheiros na N2.
Convidado- Convidado
Re: 18ª edição do Portugal de Lés-a-Lés 2016 ligou Albufeira a Vila Pouca de Aguiar
No próximo ano estou a pensar participar, já que este ano coincidiu com o evento CPM "EN2: Chaves - Faro" a que não podia faltar...
Convidado- Convidado
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